Contribuição das universidades ao alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável
15 / Outubro / 2024
Por Mayara Silva Nascimento, coordenadora de Extensão Universitária e Tecnologias Sociais do Ecossistema Ânima, pesquisadora e PhD em Sociologia, e Francielen Kuball Silva, professora da UniSul, pesquisadora, PhD em Engenharia Química
O desenvolvimento sustentável, em um mundo que enfrenta desafios climáticos, sociais e econômicos, exige uma abordagem colaborativa que envolva todos os setores da sociedade. As universidades, como centros de conhecimento e inovação, têm um papel fundamental nessa transformação. Exemplos dessa responsabilidade foram apresentados no 6º Simpósio Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável nas Universidades (WSSD-U-2024), que ocorreu em setembro no campus Pedra Branca da UniSul, em Palhoça. Mais de 200 pesquisadores de diversas partes do mundo debateram soluções práticas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Os ODS servem como um guia global para o desenvolvimento sustentável até 2030. Entre esses 17 objetivos, destaca-se, neste contexto, o ODS 4, que trata da educação de qualidade. Ele exige que a educação seja inclusiva, equitativa e que proporcione oportunidades de aprendizagem ao longo da vida. As universidades são chamadas a promover não apenas o conhecimento acadêmico, mas também a cidadania ativa, por meio de iniciativas que conectem a teoria à prática e contribuam diretamente para o desenvolvimento social, econômico e ambiental das comunidades.
No Brasil, as universidades desempenham um papel fundamental nessa missão. Os cursos de graduação destinam, por força de lei, pelo menos 10% de sua carga horária para atividades de extensão, promovendo uma interação direta entre universidade e sociedade. Por meio dos projetos de extensão, que integram o ensino e a pesquisa à sociedade, as instituições de ensino superior estão contribuindo ativamente para a agenda da sustentabilidade. Os projetos de extensão permitem que o conhecimento acadêmico seja aplicado diretamente nas comunidades, gerando impacto positivo e promovendo a mobilidade social.
Na UniSul, por exemplo, essa integração se dá por meio de projetos vinculados aos ODS prioritários, principalmente nas áreas da educação e saúde. Estas iniciativas, realizadas nos nove campi da universidade e em municípios vizinhos, serão apresentados no simpósio, promovendo a troca de conhecimento com pesquisadores do mundo todo. Entre elas, estão o Grupo de Orientação e Proteção de Animais Silvestres (GOPAS), em Florianópolis, que promove a conscientização ambiental e a proteção da fauna local.
Em Tubarão, desenvolvemos o projeto Olimpíada Catarinense de Química em escolas públicas e privadas. Esta iniciativa envolveu todo o Estado, aproximando estudantes da área e os incentivando a seguirem na carreira. No mesmo campus, um projeto de educação ambiental comunitária desenvolve ações em escolas, enquanto, em Itajaí, alunos promovem atividades de segurança alimentar e higiene, impactando centenas de pessoas. Já em Palhoça, a assistência a crianças com transtorno do espectro autista é fundamental para a inclusão social e o bem-estar.
Esses projetos são alguns exemplos de como a UniSul contribui de forma direta com suas comunidades, formando cidadãos engajados na construção de um futuro mais sustentável e reforçando o papel da universidade como liderança no debate global sobre sustentabilidade e inovação.