Aluna de Medicina da UniSul relata experiência em expedição na Amazônia
19 / Outubro / 2022
Após 15 dias de imersão na Amazônia, a estudante Luisa Rodrigues Muniz conta como a viagem ajudou a perceber a importância do atendimento humanizado
No 6º ano do curso de Medicina da UniSul, integrante do Ecossistema Ânima, a aluna Luisa Rodrigues Munis, relata sua experiência transformadora na expedição da Missão Amazônia. O projeto, que foi uma iniciativa inédita da Inspirali, vertical de saúde da Ânima Educação, reuniu estudantes de Medicina de cinco estados, entre eles estudantes de Medicina de Santa Catarina.
Luisa conta como surgiu a vontade de fazer parte do grupo. “Já havia participado de outros projetos voluntários dentro da universidade, como o Comitê Voluntário da UniSul, no qual estudantes, juntamente com a coordenação, organizam mutirões de atendimentos de saúde à população”, lembra. “Fora da universidade sempre busquei manter o contato com a comunidade, conscientizando e educando sobre a importância do cuidado com a saúde em orfanatos, lares temporários, lares de idosos, escolas, entre outros”, revela a estudante.
Antes de viajar para a Amazônia, a universitária conta que passou por um processo importante de preparação com apoio dos professores, que incluiu treinamentos e aulas específicas sobre a região como, por exemplo, as doenças prevalentes. “Esse acompanhamento foi fundamental para a experiência que vivi. Com o passar dos dias fui percebendo que mesmo em muitas vezes achando que estávamos ajudando pouco as comunidades, o nosso ‘pouco’ era muito para eles, muito mais do que eles recebiam há anos”, explica Luisa Rodrigues.
Durante a viagem, os alunos atenderam mais de 2 mil pacientes em situação de vulnerabilidade, e Luisa relata o dia a dia de atendimentos e acolhimentos daqueles pacientes. “Os atendimentos eram sempre realizados próximo ao rio ou embaixo de árvores, de modo que ficássemos perto do barco de atendimento. Nos dividíamos em duplas e conforme os pacientes iam chegando nós nos organizávamos para poder prestar atendimento e atenção a todos’’, conta. ‘’Percebi que muitos daqueles pacientes não recebiam assistência médica há anos, pacientes com doenças crônicas ou degenerativas que precisam de cuidado todos os dias, e poder auxiliar essas pessoas mais vulneráveis foi um dos pontos mais importantes para mim’’, explica Luisa.
A expedição teve duração de 15 dias e buscou prestar assistência médica e orientação aos moradores da região ribeirinha, além de proporcionar aos alunos uma abordagem humanizada da Medicina. Após a viagem, Luisa expressa como a experiência mudou sua vida pessoal e profissional e como o sentimento de ajudar os pacientes deu a ela um novo significado para a Medicina. “A Missão Amazônia transformou a minha vida, com certeza não sou mais a mesma que embarcou. Essa imersão me fez olhar para o próximo e, principalmente, enxergar os pacientes com muito mais empatia. Cada ‘obrigada, doutora’, era uma dose de energia e uma certeza de que estou no caminho certo”, relata a estudante de Medicina.
Durante a viagem, Luisa conseguiu aprimorar seu conhecimento técnico por meio dos workshops realizados e ministrados pelo professor e coordenador do curso, Rodrigo Nunes, e pela atenção e cuidado dos docentes que lhes acompanharam. “Com toda certeza os professores são as nossas maiores inspirações e foram nossa âncora durante a viagem. Sempre muito atenciosos. O professor Rodrigo estava sempre atento e preocupado com nossa saúde mental e física. Ele, com toda certeza, foi um dos grandes responsáveis pela minha transformação na Missão Amazônia”, conta a aluna de Medicina.
De acordo com o professor e coordenador do curso de Medicina, Rodrigo Nunes, a Missão Amazônia foi mais que um projeto, mas também uma oportunidade de aprender ajudando o próximo. “Nossos estudantes tiveram uma oportunidade única e contínua de entender o seu papel na sociedade, vivenciando realidade inóspitas e se surpreendendo constantemente com a sua própria capacidade de adaptação às adversidades. A Missão Amazônia trouxe para todos os envolvidos a certeza de estarmos juntos na missão maior de desenvolver não somente bons profissionais, mas principalmente grandes seres humanos” explica o professor.
Por fim, Luisa disse que, apesar de todas as dificuldades e adversidades, o sonho de exercer uma profissão tão importante para a comunidade é maior que qualquer medo. “Durante a Missão Amazônia eu refleti muito sobre a minha trajetória, sobre como eu sou grata em poder cursar essa formação tão linda, em poder realizar o meu sonho. Por inúmeras vezes eu pensei em desistir, pois não sentia que estudar por quase 15h ao dia era o suficiente, mas entendi que não era apenas estudar, mas também cuidar de mim, da minha saúde, para poder cuidar do próximo”, destacou. “E hoje, prestes a me formar, a única coisa que posso dizer é para que as pessoas não desistam do seu sonho, persistam, pois isso vai valer a pena quando ouvir o primeiro ‘obrigada, doutora”, finaliza Luisa Rodrigues, estudante de Medicina da UniSul.