SIMFOP aproxima educação e cinema – XI Simpósio Nacional e II Simpósio  Internacional sobre Formação de Professores Educação em Contextos Locais e Globais: Proposições e Desafios para a Próxima Década
 

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SIMFOP aproxima educação e cinema – XI Simpósio Nacional e II Simpósio  Internacional sobre Formação de Professores Educação em Contextos Locais e Globais: Proposições e Desafios para a Próxima Década

3 / Maio / 2024

PPGCL/UNISUL

18/04/2024

Mesa “Educação e Cinema: proposições e desafios para o próxima década”, mediada pela professora Ramayana Lira de Sousa (PPGCL), aproximou o mundo do cinema às discussões sobre educação e linguagem promovidas pelo XI SIMFOP. Promovido na noite desta última quinta (18) no Estúdio 1 do Campus Pedra Branca, o evento contou com a participação qualificada das professoras Clarisse Alvarenga (UFMG) e Adriana Fresquet (UFRJ).

Logo na apresentação da mesa Ramayana antecipou a relevância da discussão e chamou a atenção da atenta plateia para as trajetórias acadêmicas das duas palestrantes, marcadas por um profundo engajamento com o mundo e com um notório entendimento da necessidade de pensar a universidade na sua interação com a comunidade.

A professora Adriana iniciou sua fala ressaltando a importância da extensão universitária como forma de investigar e propor soluções para os reais problemas da sociedade. Tanto Adriana quanto Clarisse participam da Rede KINO: Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual, importante iniciativa que congrega pessoas e instituições para compartilhar experiências e somar esforços no intuito de viabilizar ações conjuntas relacionadas à relação entre cinema e educação. A pesquisadora destacou essa iniciativa justamente para exemplificar a importância da formação de redes para o desenvolvimento de pesquisas e projetos nessas áreas.

Adriana também mencionou sua participação na elaboração da “Proposta de regulamentação da Lei do Cinema nas Escolas” (13006/14) ao traçar um quadro histórico importante sobre o encontro entre cinema e escola no Brasil e no mundo. Sua fala ainda tocou na importância de pensar como tecnologias têm atuado como dispositivos que modulam a subjetividade das crianças cada vez mais cedo e defendeu que o cinema seja entendido de modo ampliada, incluindo as diversas manifestações audiovisuais.

Por fim, ela criticou a falta de políticas públicas e de um projeto de país que entenda a relevância do cinema da escola. Ao falar de sua experiência com crianças hospitalizadas, emocionou o público presente com narrativas de como o olhar infantil pode nos conduzir a outras formas de interação com a imagem em movimento.

Em uma feliz sequência de falas, a professora Clarisse partiu exatamente dessa possibilidade de construção de modos de olhar a imagem e o cinema, mobilizando o ponto de vista da experiência de povos indígenas, especialmente a partir de uma experiência com professores e jovens Xakriabá na Terra Indígena Xakriabá. Apresentando conceitos formulados por pesquisadores/professores indígenas como “amansar a câmera”, Clarisse explicita uma perspectiva de educação territorializada onde o olhar atravessa a lente. Em contraposição à temporalidade contemporânea descrita por Adriana, acelerada pelas imposições capitalistas, Clarisse descreveu um modo “manso”, uma temporalidade que resiste a essas imposições efêmeras.

Para Ramayana, ambas as falas tocaram em questões éticas que questionam, por exemplo, a cumplicidade de professores com ditames capitalistas e proporcionaram à plateia um momento de reflexão sobre a “profissionalização” do olhar, como recuperar o tempo que nos foi sequestrado pelo capital e como comprometer, de maneira mais evidente, a universidade com o mundo que a cerca.

Para conhecer mais sobre o evento, clique em: https://www.even3.com.br/simfop2024/.